segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Educação para além do Capital


Antonio Gramsci


O conjunto de aparências esconde outra coisa, para a qual ainda não temos nome, nem talvez conceito. Mas, poderemos tentar um caminho para decifração dos tempos em que vivemos?  Será nas pistas do legado de Antonio Gramsci, o “pequeno grande sardo”, que poderemos encontrar o caminho de sua decifração.

Começo minhas reflexões sobre uma proposta de pensar a educação para além do Capital, a partir de Antonio Gramsci, passando por alguns trechos de Karl Marx, Newton Duarte, Boaventura de Sousa Santos, Zygmunt Bauman, o grande István Meszáros e outros autores brasileiros que nos ajudarão nessa empreitada.
Vamos lá minha gente!
Vamos ler!
Vamos produzir!


Para que serve o sistema educacional – mais ainda, quando público –, se não for para lutar contra a alienação?
Para ajudar a decifrar os enigmas do mundo, sobretudo o do estranhamento de um mundo produzido pelos próprios homens?
Vivemos atualmente a convivência de uma massa inédita de informações disponíveis e uma incapacidade aparentemente insuperável de interpretação dos fenômenos.
Vivemos o que alguns chamam de “novo analfabetismo” – porque é capaz de explicar, mas não de entender –, típico dos discursos econômicos. Conta-se que um presidente, descontente com a política econômica do seu governo, chamou seu ministro de Economia e lhe disse que “queria entender” essa política. Ao que o ministro disse que “ia lhe explicar”. O presidente respondeu: “Não, explicar eu sei, o que eu quero é entender”.
A diferença entre explicar e entender pode dar conta da diferença entre acumulação de conhecimentos e compreensão do mundo. Explicar é reproduzir o discurso midiático, entender é desalienar-se, é decifrar, antes de tudo, o mistério da mercadoria, é ir para além do capital. É essa a atividade que István Mészáros chama de “contra-interiorização”, de “contraconsciência”, um processo de “transcendência positiva da autoalienação do trabalho”.
Os que lutam contra a exploração, a opressão, a dominação e a alienação – isto é, contra o domínio do capital – têm como tarefa educacional a “transformação social ampla emancipadora”.

Contribuição de Emir Sader - MST.






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