terça-feira, 31 de maio de 2011

AS POESIAS...O PESSOA QUE ALIMENTA A MINHA PESSOA



 
 
 
Não sei quantas almas tenho
 
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem  alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo :  "Fui  eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

 Fernando Pessoa.
 
Sou Eu
 
 Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, 
 Espécie de acessório ou sobressalente próprio, 
 Arredores irregulares da minha emoção sincera, 
 Sou eu aqui em mim, sou eu. 
 Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou. 
 Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
 Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
 E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
 Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
 De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
 Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
 E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua, 
 Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda, 
 De haver melhor em mim do que eu.
 Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa, 
 Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores, 
 De haver falhado tudo como tropeçar no capacho, 
 De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas, 
 De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. 
 Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
 Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
 De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
 A impressão de pão com manteiga e brinquedos
 De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
 De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
 Num ver chover com som lá fora
 E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
 Baste, sim baste!  Sou eu mesmo, o trocado,
 O emissário sem carta nem credenciais,
 O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
 A quem tinem as campainhas da cabeça
 Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
 Sou eu mesmo, a charada sincopada
 Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
 Sou eu mesmo, que remédio!  ...  

Álvaro de Campos
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Hoje, cheguei assim... meio desolada...
mas, logo passa
tudo passa
o tempo não pára
a gente corre, anda, ama. Ama demais! As gentes, as vezes, não sabem para onde.
Para onde vão.
Cuidemos!
Saibamos onde estamos, com quem, e por que.
Fiquemos atentos.
Há tantos pontos pequenos
é necessário ver
crer, ler, fazer.
Não nos dispersemos!
É só o começo!
Luciana.


____________________Adoro essa música!!_________________

Câmara Municipal retira votação do reajuste dos professores de pauta

O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Acrísio Sena (PT), não apresentará nesta terça-feira, 31, as emendas ao projeto de lei que reajusta o Plano de Cargos Carreiras e Salários dos professores da Rede Municipal de Ensino.

Segundo o vereador, a matéria deverá ser estudada por comissões da Casa.

Continua o impasse entre a Prefeitura de Fortaleza e os professores em greve, que reivindicam a retirada da mensagem que prevê o piso de R$ 1.187,00 para a categoria. Os professores querem a implantação do piso nacional, no valor de R$ 1.450,00.

Nesta terça-feira, 31, na Câmara Municipal de Fortaleza, vereadores da base da prefeita e da oposição se reuniram com representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), mas não houve acordo.

"Como líder da prefeita, não vou retirar a mensagem que está aí", disse o vereador Ronivaldo Maia (PT), que sugeriu que os professores apresentassem uma nova proposta, que poderia ser usada como emenda.

"É clara a intenção do líder da prefeita em ganhar tempo. Essa é a mesma tática que a Prefeitura usa para tentar conter as críticas contra a gestão. Pedem sugestões e soluções, como se a oposição fosse também responsável pela inércia da administração Luizianne Lins", afirmou o líder da oposição, vereador Plácido Filho (PDT).
Ainda segundo o vereador, "essa administração não começou ontem, já está no poder há mais de seis anos. Propostas não faltam, principalmente por parte da oposição", ressaltou.
É o que concordam as dirigentes do Sindiute, Gardênia Baima e Ana Cristina Guilherme. "Todas as propostas já estão na mesa, mas há uma clara manobra em congelar o que está aí", disse Gardênia. "Como o líder da prefeita pode cobrar uma proposta, se sequer houve negociação? A mensagem foi unilateral e não é boa para a categoria", completou Ana Cristina.

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E assim, a cada dia,  faço e refaço-me!
É a VIDA!

Luciana.

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